sexta-feira, 25 de julho de 2008

Deixa pra lá!

A necessidade do ser humano de se comunicar é incrível.
No meu caso é uma puta necessidade!
Poucas vezes consigo ficar quieta, parada, meditando, sozinha comigo mesma. Sempre quero estar rodeada ou rodeando pessoas.
Mas às vezes é inevitável...
Hoje é um dia desses. Cá estou: eu, o computador e o som. Só. Somente. Até o msn, apesar de ligado, está offline.
Sexta-feira! Dia de ir às forras! De relaxar, de esquecer que a semana foi aquela semana, mas o destino quis que eu ficasse aqui – escondida.
E até que eu estava precisando mesmo. Eu sempre evito ficar sozinha, com medo de ter como companhia a solidão, mas sempre que isso acontece eu vejo que é só mais um medo meu.
Eu sempre me dou bem comigo mesma.
Mas como eu não consigo ficar tão quieta assim, quero me comunicar.
Bom, é hora então de escrever! De contar caso para seja lá quem for!
Dia 20 foi o Dia dos Amigos. Estranho, né?! Mais uma data... Acho que eu só fui saber da existência desse “dia” no máximo há uns 3 anos atrás.
Enfim. Dia de comemorar! Mais um motivo para uma farrinha boa!
E até tentamos organizar uma noite de pizza, mas acabou saindo meio fraquinha, né, meninas?! Mas ontem conseguimos concluir a comemoração. Quase uma semana depois, mas tudo bem!
E aí no meio do encontro, alguém perguntou pro Sandrão:
- Porque você não está atualizando o seu blog? Cansou?
E ele respondeu mais ou menos assim:
- Não... Pelo contrário. Não me falta vontade de escrever, mas tô tão confuso, tão angustiado que não estou conseguindo.
Aí eu fiquei pensando:
- É... Também estou assim. A ponto de explodir. De colocar um monte de coisa pra fora, mas não consigo!
Eu queria ter escrito algo bacana para os meus amigos no dia 20, para poucos, mas que valem por milhões e não consegui...
Ter escrito sobre o fato de ter tido as minhas férias adiadas, ter o meu cansaço prolongado, meus planos cancelados e não consegui...
Eu queria escrever sobre o clima altamente tenso no serviço e não consegui...
Escrever sobre como pessoas que sempre estiveram em alta no nosso conceito também conseguem nos decepcionar e depois nos olham, não nos olhos, como se nada tivesse acontecido e não consegui...
Eu queria falar sobre como eu, você, ela, ele muitas vezes aceitamos as migalhas da vida simplesmente porque não acreditamos em nós mesmos, que até sabemos como fazer para nos livrar dessas migalhas, mas vivemos acomodados e não consegui...
Falar pra alguns poucos que admiro, olhando no olho, para agarrarem suas conquistas com toda força porque elas estão escapando entre os dedos, que todo mundo está vendo e que eles não estão porque não querem e não consegui...
Eu queria postar aqui no blog sobre uma outra necessidade que o ser humano tem que é a de achar que sabe sempre o que é melhor para o outro, e que quase sempre estão errados, e não consegui...
Postar sobre o excesso de conselhos tortos que recebemos, de gente pequena, de gente que não chegou nem na esquina e não consegui...
Eu queria escrever sobre superação e sobre como um dia em um ano é completamente diferente no outro ano, nesse mesmo dia, e não consegui...
Eu queria ter escrito sobre tanta coisa e...
Talvez não era mesmo pra falar... Talvez todo mundo já soubesse...
Daqui a pouco tudo volta ao normal, apesar desses conflitos nunca deixarem de existir.
Mas aí serão outros problemas, outras questões, outras necessidades...
Outras formas do ser humano se comunicar!
Então...
Deixa pra lá!


quarta-feira, 23 de julho de 2008

Vagalumes

(TM)

Brincando de correr entre vagalumes
Sem querer pegamos uma estrela baixa
Roubamos todas as flores pra esconder perfumes
Estrelas, vaga-lumes dentro de uma caixa

E foi até estranho, a gente nem deu conta
Talvez na outra ponta, alguém pudesse pensar
Menino vaga-lume, flor, menino estrela, a brisa mais forte veio te buscar

Pra temperar os sonhos e curar as febres
Inserir nas preces do nosso sorriso
Brincando entre os campos das nossas idéias
Somos vaga-lumes a voar perdidos...a voar perdidos...

E quando a gente apaga, tudo fica escuro
Mas o medo não vence, pois não "tamos" só
Por de cima do muro, a gente enxerga o mundo,
A fábrica de deus fazendo gente do pó

Deixa pra lá, o que não interessa,
A gente não tem pressa de viver assim
Feito platéia da nossa própria peça, histórias, prosas, rimas, sem começo e fim

Pra temperar os sonhos e curar as febres
Inserir nas preces do nosso sorriso
Brincando entre os campos das nossas idéias
Somos vaga-lumes a voar perdidos...
A voar perdidos

terça-feira, 22 de julho de 2008

Os 10 melhores toques

Pra mim:

1. Pele de bebê
2. Gato Angorá
3. Pedra de gelo
4. Pêssego
5. Espuma de barbear
6. Pudim
7. Cobertor de pelúcia
8. Massinha de modelar
9. Champagne
10. Pé com pé

E pra você?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Os 10 melhores sabores

Pra mim:

1. Sorvete de café
2. Queijo com goiabada
3. Bacon
4. Camarão frito
5. Purê de Batata
6. Coca-Cola
7. Creme de Papaia com Licor de Cassis
8. Baileys
9. Trufa de menta
10. Paçoca

E pra você?

sábado, 19 de julho de 2008

As 10 melhores visões

Pra mim:

1. O mar...
2. Sorriso de “Bom Dia”!
3. A lua cheia
4. Minha cama (quando chego em casa “morta”!)
5. Céu de Brigadeiro
6. Dinheiro na carteira (pra ser gasto com bobeira!)
7. Jardim florido
8. Filhotinhos (de peludos!)
9. Café da manhã em hotel
10. Fogos de artifício

E pra você?

domingo, 13 de julho de 2008

Os 10 melhores sons

Pra mim:

1. Sino de igreja (chamando pra missa)
2. Trem
3. Gargalhada de criança
4. O canto do bem-te-vi
5. Chuva
6. O "tsssssssi" da latinha (de cerveja)
7. Aplausos (numa ovação)
8. Biscoito de polvilho (sendo mastigado)
9. Arrebentação do mar
10. "Feliz Ano Novo" (dito por pessoas queridas!)

E pra você?

sábado, 12 de julho de 2008

Os 10 melhores cheiros

Pra mim:

1. Limão (verde - partido ao meio)
2. Café (passado na hora)
3. Broa (saindo do forno)
4. Le Male (Jean Paul - no pescoço)
5. Gasolina (no posto)
6. Bosta de vaca (na roça)
7. Arbo (O Boticário - também no pescoço)
8. Plástico (de encapar caderno)
9. Esmalte (na unha feita)
10. Chuva (no inicinho, molhando o chão)

E pra você?


quarta-feira, 9 de julho de 2008

Bip!

12:41 - Oi! Tá tudo bem com vc? Bjs...


É pra rir ou pra chorar? Esse "tudo" quer dizer "tudo"? Tudo mesmo?
Era só o que me faltava...
Não sei. Eu ia tirar férias. Não vou mais.
Eu ando com cloridrato de naratriptana na bolsa. E tô tendo que tomar. A cabeça dói...
Debocham de mim porque em cima da mesa do escritório tem um vidrinho com um líquido à base de passiflora.
Os músculos do pescoço e dos ombros doem de tanto que eu ando encolhida por causa do frio.
Minha amiga-irmã diz: nosso problema é que somos muito certinhas para viver nesse mundo...
Eu me estresso com pessoas estressadas buscando programações para a diversão alheia.
Por causa de uma chamada na TV, fico o dia inteira com uma música que não faz o menor sentido na cabeça "Na Brasília amarela com roda gaúcha ela não quer entrar!"
E ainda me perguntam se está "tudo" bem comigo...


13:08 - É... Tô bem... E com você? Tá tudo bem? Bjs...


Não sei de onde arranco que, apesar de tudo, ainda estou bem... Deve ser porque ainda não me vejo pulando de nenhuma ponte ou viaduto!


terça-feira, 8 de julho de 2008

Quer saber?

Cansei!


Alguém pára o mundo pra eu descer?!

sábado, 5 de julho de 2008

Oração da Amizade

Aos meus amigos!
Para que o final de semana seja "o bicho", porque "a gente é bicho, baby!".
E para que "aqueles outros" morram de inveja, uma oração:

terça-feira, 1 de julho de 2008

Cativa-me


E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... Eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! Não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! Disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? Perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! Disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... Repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... Repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

(O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry)