... vou começar contando como ele começou.
Mesmo não tendo que trabalhar pela manhã, acordo atrasada.
Eu ainda queria arrumar umas baguncinhas na casa antes de ir à luta...
Lembro que tenho que enviar um arquivo para o serviço, mas o arquivo está escondido num cd, não lembro onde, nem em que caixa.
Na correria, consigo me salvar de mais esta pendência, mas o relógio corre e eu corro pro banho quando... o chuveiro queima!
Putz!
Que sorte morar a dois quarteirões da casa dos meus pais, e que sorte maior almoçar lá todos os dias! (Riso!).
Pego minha "malinha" e lá vou eu.
Banho, almoço, conversinhas e... volto em casa com meu pai para arrumarmos o chuveiro.
Pronto! Tudo certo! Bora, enfim, pro trampo!
Cansada antes de começar o dia, caminho rua a fora e começa a pintar um desânimo.
O dia seria longo... eu consegui ver na minha memória fotográfica a minha agenda em cima da mesa...
Mas hoje era meu dia de sorte!
Chego no escritório, abro minha caixa de correio e estava lá:
"Um poeminha para você:
Síntese da felicidade
Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu*.
*Notas da remetente: carinho de amiga. Não sou "adilson". rsrsrsrs...sei que vc não ia levar pra esse lado! Não mandei para outros amigos, pois só Anita teria sensibilidade necessária para dar o merecido valor ao poema de Carlos Drummond! Bolero de Ravel: no por do Sol em Tiradentes!
Tenha um bom dia!
Táta"
Me diz! Dá pra deixar o desânimo bater? Lógico que não, né?
E eu relendo o poema e me auto-desejando isso tudo mesmo, olho para o lado e a Táta rindo diz: só a gente mesmo, né? E vamos segurando o tranco!
Pronto! Eu já estava feliz.
Mas hoje o meu dia não era um dia de sorte, era um dia de muita sorte!
Uma janelinha do eme-esse-ene pisca:
- você tem compromisso hoje?
- não.
- quer ir numa apresentação que parece que é muito legal?
- o que é?
- um grupo que viaja pelo Brasil coletando músicas populares.
- ah! vi no jornal! "A Barca", né?
- é! vamos? é só chegar e entrar!
- vamos! tô precisando!
E vocês não têm idéia de como o meu dia se encerrou.
Com um espetáculo fantástico. Um grupo sensacional, com verdadeira presença de palco. Um show de iluminação. Fantasia pura. Um monte de gente bacana que sabe o que verdadeiramente é bom!
E voltando pra casa, cansada, mas bem feliz, eu lembrei que além do chuveiro não estar mais queimado, o desejo da minha amiga, vindo através de um poeminha, se realizava...
E eu pensava: a gente precisa de muito pouco para ser feliz. Pelo menos o impulso para tomarmos esse rumo é muito simples.
Basta a gente querer...
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
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Um comentário:
Isso mesmo Ana!! Por isso eu sou feliz, com tão pouco, um desses motivos, são vocês, MEUS AMIGOS. Bjo me liga!!
Sandrão
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