domingo, 23 de novembro de 2008

Quantos anos você tem?

Eu tenho trinta, até o próximo fevereiro. Mas eu poderia responder com todas as letras o S-U-F-I-C-I-E-N-T-E!
O suficiente para saber o que eu quero, para saber o que eu posso. O que eu devo e do que eu devo passar longe. Para saber aonde ir, com quem, como eu quiser.
O suficiente para errar, mas agora errar menos, mas ainda errar, e rapidamente perceber o motivo do erro. Até para errar conscientemente, quando é mais do que preciso!
Tenho a idade de ter a alegria, muitas vezes histérica, da adolescente maluca com a responsabilidade, com esforço adquirida, da adulta madura.
Idade de fazer coisas que outros da minha idade recriminariam por não terem coragem. Coragem de viver, de dizer: sou feliz!
Idade de fazer de novo e de fazer bem feito. De assumir tudo que faço, falo ou escondo.
Idade suficiente para recusar convites sem ficar sem graça, não ir a casamentos, não ir a jantar dançante, não ir a chá de fraldas!
De querer e dizer ‘não’ e ficar tranqüila sabendo que as pessoas certas não ficarão chateadas com a minha negação.
A idade certa de falar os melhores palavrões e dize-los com a boca cheia!
O suficiente para deixar as pessoas que eu amo serem livres. De fazerem suas loucuras e rir delas ou com elas dessas loucuras. De saber dizer, até onde eu posso, o tamanho visto por mim das loucuras que elas fazem, mas também de saber tirar o meu time de campo quando não adianta de nada falar...
De ser do bem, de querer bem, de querer o bem. De estressar menos, de falar mais...
De ficar feliz com as conquistas alheias. De pensar grande. De correr atrás do que eu quero e de quem eu quero. De ser humilde o bastante para procurar, encontrar, conquistar, manter as melhores e maiores companhias. De pedir ‘não me deixem só!’ ou ‘cuidem de mim!’, porque eu vou cuidar de vocês!
De relevar. De relevar muito. De relevar sempre. De entender que aquela pequena falha alheia é apenas uma falha, passageira. E eu posso ajudar a corrigir. De perdoar.
De pedir desculpas. De tentar e conseguir corrigir.
De saber e aceitar que meus queridos erram. Porque são de verdade, porque são queridos.
De não ter vergonha. De não deixar meus queridos envergonhados.
De dar valor aos poucos seres do bem que me rodeiam. E de dar muito valor a eles! Se estão ali, há pouco ou há muito tempo, é porque o universo conspirou para isso.
E de deixar partir aqueles que chegaram na estação final do nosso encontro e precisam desembarcar do trem da vida.
Mesmo que a viagem dessas pessoas não tenha terminado. Eles só vão seguir outro caminho, outra viagem que não a minha.
Mas de, às vezes, insistir para que alguns apressadinhos fiquem um pouco mais no vagão...
De querer a qualidade ao invés da quantidade, em quase tudo.
De não desejar mal a quase ninguém.
De saber que eu posso tudo, desde que qualquer coisa que eu faça não prejudique ou faça o meu próximo infeliz!
Quantos anos eu tenho? Todos! Todos que me levarão a pelo menos mais trinta à diante.


3 comentários:

Tiça disse...

I-D-E-N-T-I-F-I-C-A-D-A O S-U-F-I-C-I-E-N-T-E!!!

Ju disse...

Q post lindo! Inspirado e inspirador!!

E de onde eu vejo... vc é, sim, TUDO ISSO e mto mais!!!!!!

É com coragem q seguimos, não é?

Anônimo disse...

Só posso dizer cada dia mais que te amo, que te admiro e que tenho muito orgulho e felicidade por ter você ao meu lado e por ter certeza e felicidade dobrada por saber que é PRA SEMPRE!

Obrigada por mais uma leitura diária que me anima, me entusiasma e me impulsiona!

Que venham nossos próximos 30!